terça-feira, 10 de agosto de 2010

O ENCONTRO


Te perco, te acho e me encontro.
Nossos momentos são badalados pelo mais lindo toque: o de nossos corações.
Nossa dança movida a emoção;
Nosso amor a paixão.
O encontro das almas é aqui, aqui dentro de mim.

SOUZA, Dayane.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

SE...


Se o tempo parasse;
Se o vento calasse;
Se a folha caísse;
Se a chuva secasse;
Se o sol apagasse;
Se o caminho fechasse;
Se a estrada se abrisse;
Se a terra parasse;
Se a fome aumentasse;
Se a voz falhasse;
Se o amor terminasse;
Se o ódio aumentasse;
Se a noite brilhasse;
Se o dia escurecesse;
Se as montanhas aplanassem;
Se o relevo levantasse;
Se a dor surgisse;
Se a paz sumisse;
Se a tristeza viesse;
Se a alegria morresse;
Se a morte reinasse;
Se as vidas acabassem...
O que seria de nós?

SOUZA, Dayane.

EU SINGULAR ME VI PLURAL


Eu tão sozinha, tão calada, no canto, de lado, fechada, insegura, com medo, de olhos tímidos, voz trêmula, pernas finas, sardas e vergonha.
É, eu tão singular, tão única, tão eu mesma, notei-me pela primeira vez plural.
Plural como 2 e 2.
Eu que era 1 e às vezes 0 de tão sozinha.
No meio desta minha solidão me percebi maior, mais ampla.
O coração da menina que nunca amou de verdade; aquele mesmo coração singular, tem-se notado plural.
Às vezes conjugado e até mesmo flexionado.
O peito que apenas carregava o coração, agora passou a levar algo mais consigo.
Passou a carregar outro "eu", que és "tu".
Iniciou-se em mim, o processo que todos que dizem amar declaram.
Coração acelerar, peito a quase saltar, mãos suar, palavras sem saber formular.
Estas malditas e inexplicáveis sensações tem tomado posse de mim.
E fazem o sangue meu parecer correr dentro de mim, quando te vê!
Ah, par meu! Que me faz em 2, que partiu meu 1, que me fez plural;
Ah, som meu! Tu, que me faz em música, que traduz minha melodia, que me expressa em harmonia;
Ah, olhar meu! Que me perfura, me derruba, que me faz tremer;
Ah, beijo meu! Que me faz sonhar, louca ficar, me faz aquecer;
Ah, toque meu! Que me faz sentir, me faz sensível, que me deixa voar;
Ah, corpo meu! Que me fez plural, que dobrou-me em 2, que me fez partir;
Ah, céu meu! Que me fez amar, que me faz pulsar, que me fez existir, surgir, sorrir;
Meu plural, tu me fez você, que se tornou eu, que passou a ser nós, e que nunca mais me deixará a sós.

SOUZA, Dayane.