segunda-feira, 21 de março de 2011

ELA VOLTOU

Me trouxe brilho nos olhos novamente.
Esperança de ser realmente quem eu sou: sem capas, máscaras, sombras.
Já vejo a alegria singela que estava perdida retornar a mim.
Paro em frente ao espelho, fazendo análise do rosto, do corpo, observando ainda trejeitos de menina, mas muitos pensamentos de mulher agora.
Olho-me diferente, tudo me fez mudar!
Eu ouço as mesmas canções, sinto as mesmas emoções, ouço as mesmas declarações, revivo os mesmos momentos, mas nada agora é igual, se podem entender comigo este paradoxo.
Vi uma luz no profundo da minh'alma e meu reflexo diferente desta vez.
Mas não quero ressaltar o penteado do cabelo, ou a produção bem feita.
Eu digo mesmo é de meu sorriso, olhar que já conseguem mais uma vez iluminar como a lua das noites e o sol das manhãs.
E, no meio dessas ebulições todas que vivi, ficou em mim o melhor e o impuro deixei no "mar do esquecimento".
Não! Não quero e não vou permitir voltar o que me prende, limita, me faz cega.
Me fiz amiga da razão, deixando um pouco as vontades do iludido coração.
Voltei a pensar na vida, pensar em mim, nos meus.
E com o que experimentei, com o tempo que perdi, com os muitos erros que cometi: EU APRENDI.
E decidi abrir caminhos, esticar o tapete vermelho para sua triunfal volta!
No soar dos tambores, eu de fato, muito orgulhosa anuncio então, a entrada da real FELICIDADE, seja bem-vinda a minha vida!

SOUZA, Dayane.

domingo, 20 de março de 2011

DEIXEI PARTIR


O que me fazia sorrir;
Me deixava CEGA;
Que me permitia sonhar;
Que me fazia bem;
Que me dizia doces palavras;
Fazia carinhos tímidos;
Oferecia-me beijos únicos,
Olhava-me com olhos quentes;
Abraça-me loucamente;
Mas não era meu! Não poderia ser!
E, sabendo destas coisas, senti a lágrima escorrer do coração.
Ao saber que iria olhar daqui, o "ir" daquele que dava emoção.
Mas confesso, eu sabia que o "para sempre", sempre acabava no final das contas.
E deixei mesmo partir, não era o melhor para mim.

SOUZA, Dayane.



quinta-feira, 10 de março de 2011

O MEU AMOR


O meu amor tem um jeito manso que é só seu
E que me deixa louca quando me beija a boca
A minha pele toda fica arrepiada
E me beija com calma e fundo
Até minh'alma se sentir beijada

O meu amor tem um jeito manso que é só seu
Que rouba os meus sentidos, viola os meus ouvidos
Com tantos segredos lindos e indecentes
Depois brinca comigo, ri do meu umbigo
E me crava os dentes

Eu sou sua menina, viu? E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz

O meu amor tem um jeito manso que é só seu
Que me deixa maluca, quando me roça a nuca
E quase me machuca com a barba mal feita
E de pousar as coxas entre as minhas coxas
Quando ele se deita

O meu amor tem um jeito manso que é só seu
De me fazer rodeios, de me beijar os seios
Me beijar o ventre e me deixar em brasa
Desfruta do meu corpo como se o meu corpo
Fosse a sua casa

Eu sou sua menina, viu? E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz

BUARQUE, Chico.

terça-feira, 8 de março de 2011

CONTO


Donzela.
Tão linda de se ver, bonita de se admirar era ela em as todas as épocas e dias do ano.
Doce, meiga, sorria sempre como um criança e tinha um olhar como que de fogo.
Era observada - tinha pureza, uma essência fora da realidade e do mundo que viva.
Andava leve como uma princesa e se portava com uma elegância de rainha.
Gostava de se perfumar, andar com os cabelos penteados, olhar nas vitrines o seu reflexo e se agradar.
Falava pouco, amava mesmo doar abraços, receber carinhos.
Tinha afeição pela escrita, música e pela artes da vida.
Encantava-se com os pores do sol, com o brilho da lua e com os céus das manhãs.
Já havia experimentado sérias perdas, e por medo destas se esquivava um pouco de tudo.
Não sabia se queria mais viver feliz, conquistar as grandezas que a esperavam.
Até que em um belo dia, a donzela bonita outra vez sorriu e olhou diferente para a vida.
Sentiu o coração como um relógio que perde a corda e que aos pouco retorna ao bater.
E nesse 'tic-tac', ela notou que havia um bipe a mais, diferente de tudo que já havia experimentado.
Muitas vezes ela se anulou, deixou a vontade de viver passar.
Mas não permaneceu assim por muito tempo, como imaginava.
Ela não resistiu e sem notar a donzela nos braços do príncipe amou.
E se envolveu nos emaranhados do amor, não deixando escape para o medo.
E em cada momento eles se entrelaçavam mais, deixando um pouco do outro e se tornando apenas um: amor, corpo, alma, espírito.

SOUZA, Dayane.