terça-feira, 8 de março de 2011

CONTO


Donzela.
Tão linda de se ver, bonita de se admirar era ela em as todas as épocas e dias do ano.
Doce, meiga, sorria sempre como um criança e tinha um olhar como que de fogo.
Era observada - tinha pureza, uma essência fora da realidade e do mundo que viva.
Andava leve como uma princesa e se portava com uma elegância de rainha.
Gostava de se perfumar, andar com os cabelos penteados, olhar nas vitrines o seu reflexo e se agradar.
Falava pouco, amava mesmo doar abraços, receber carinhos.
Tinha afeição pela escrita, música e pela artes da vida.
Encantava-se com os pores do sol, com o brilho da lua e com os céus das manhãs.
Já havia experimentado sérias perdas, e por medo destas se esquivava um pouco de tudo.
Não sabia se queria mais viver feliz, conquistar as grandezas que a esperavam.
Até que em um belo dia, a donzela bonita outra vez sorriu e olhou diferente para a vida.
Sentiu o coração como um relógio que perde a corda e que aos pouco retorna ao bater.
E nesse 'tic-tac', ela notou que havia um bipe a mais, diferente de tudo que já havia experimentado.
Muitas vezes ela se anulou, deixou a vontade de viver passar.
Mas não permaneceu assim por muito tempo, como imaginava.
Ela não resistiu e sem notar a donzela nos braços do príncipe amou.
E se envolveu nos emaranhados do amor, não deixando escape para o medo.
E em cada momento eles se entrelaçavam mais, deixando um pouco do outro e se tornando apenas um: amor, corpo, alma, espírito.

SOUZA, Dayane.

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