quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

ALI, ALÉM


Eu falo de tudo, falo muito, mas esqueço-me de mim.
Melhor, escondo-me um pouco, fico no cantinho e de lado.
Mas nesta toda escuridão noturna, a luz que brilha e que traz calor vem de mim.
Há quem diga que eu sou uma boa menina, sou prendada e tenho modos finos.
Mas deixe-me ir além do exterior.
Permita-me, revelar-te um pouco mais deste eu.
Eu, eu, eu.
Que muito gosto de falar, poesia desenhar, canções afinadas cantarolar...
Concedo-me a delícia de sorrir da vida, de deitar em qualquer chão com poeira e observar aquelas pontinhas que são as estrelas à noite.
Tenho vontades enérgicas, pulsações que aquecem-me por um segundo todo.
Sou calma, pacífica e na voz a calmaria perdura.
Penso como quem viveria só até o ontem, a mente vasculha aqueles momentos peculiares de puro prazer.
Eu vivo em pleno amor, sim, sim, sim.
Amor próprio!
É, também - assim como eu - estás a espera de outra menção.
Eu vivo em pleno amor, sim, sim, sim.
Amor - próprio - conquistado.
Dia a dia, por ele cultivado.
Mas hoje falarei mais de mim, desta que vos escreve aqui.
Vejo beleza nas árvores de casa, da janela da sala olho lá em cima também, vejo aquela pontinha de montanha coberta de branco...
Eu vejo beleza onde não notam, onde os olhos não chegam, onde nem opiniões podem ter.
Gosto do anoitecer, acordo nas madrugadas silenciosas, elevo o pensar, por minutos às vezes, mantenho um contato inalcançável aos insensíveis.
É aquela chamada intimidade com Deus, sim, sim, sim. Aquele mesmo Pai que todas as vezes que eu ouço a Voz faz arrepiar.
Gosto disso!
De enxergar nos olhos, ver em outros mesmo - de perto - o reflexo meu. Dar abraço, sentir o cheirinho de quem eu converso, doar beijos e deixar um pouco com eles de mim.
Ah, sou fascinada por bilhetes, podem ser simples, mas escritos por um alguém... coisas quiméricas, que traduzem SENSAÇÕES, não próprias ações.
Sou do lado emotivo da vida. Aquele tipo que se emociona com tudo, chora por bobeira, felicidade, chora e tem prazer da lágrima ver escoar.
Sem muitas vergonhas ou pretensões, traço a vida apenas. Sigo o seu curso, de inda e vinda, voltas e mais voltas também.
Sou constante no que falo, no que penso, no que quero ter, no que conquisto.
Se estiver comigo, é meu. Está em minhas mãos, vou cuidar. Aquela, corrosiva e, por vezes, pequenina dúvida não faz o meu tipo.
Não gosto de senti-las, cheirá-las, perceber sua presença.
Por isso vou além. Sigo, insisto adiante.
Deixo notar o meu final e entendê-lo também. O princípio de tudo nem sempre consegue encantar como gosto e estou acostumada.
Permito andares mais umas léguas em mim, destrinchar o que ainda muitos não permiti descobrir. Siga aqui, ande mim.

SOUZA, Dayane.

Nenhum comentário:

Postar um comentário