quinta-feira, 28 de julho de 2011

SAUDADE DÓI


"Trancar o dedo numa porta dói.
Bater com o queixo no chão dói.
Torcer o tornozelo dói.

Um tapa, um soco, um pontapé, doem.
Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua,
dói cólica, cárie e pedra no rim.
Mas o que mais dói é a saudade.

Saudade de um irmão que mora longe.
Saudade de uma cachoeira da infância.
Saudade de um filho que estuda fora.
Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais.
Saudade do pai que morreu, do amigo imaginário que nunca existiu.
Saudade de uma cidade.
Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa.
Doem essas saudades todas.

Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama.
Saudade da pele, do cheiro, dos beijos.
Saudade da presença, e até da ausência consentida.
Você podia ficar na sala e ela no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá.
Você podia ir para o dentista e ela para a faculdade, mas sabiam-se onde.
Você podia ficar o dia sem vê-la, ela o dia sem vê-lo, mas sabiam-se amanhã.
Contudo, quando o amor de um acaba, ou torna-se menor,
Ou quando alguém ou algo não deixa que esse amor siga,
Ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.
Saudade é basicamente não saber.
Não saber mais se ela continua fungando num ambiente mais frio.
Não saber se ele continua sem fazer a barba por causa daquela alergia.
Não saber se ela ainda usa aquela saia.
Não saber se ele foi na consulta com o dermatologista como prometeu.
Não saber se ela tem comido bem por causa daquela mania
de estar sempre ocupada;
se ele tem assistido às aulas de inglês,
se aprendeu a entrar na Internet
e encontrar a página do Diário Oficial;
se ela aprendeu a estacionar entre dois carros;
se ele continua preferindo Malzebier;
se ela continua preferindo suco;
se ele continua sorrindo com aqueles olhinhos apertados;
se ela continua dançando daquele jeitinho enlouquecedor;
se ele continua cantando tão bem;
se ela continua detestando o MC Donald's;
se ele continua amando;
se ela continua a chorar até nas comédias.

Saudade é não saber mesmo!
Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos;
não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento;
não saber como frear as lágrimas diante de uma música;
não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
Saudade é não querer saber se ela está com outro, e ao mesmo tempo querer.
É não saber se ele está feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso...
É não querer saber se ele está mais magro, se ela está mais bela.
Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer;

Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendo e o que você,
provavelmente, está sentindo agora depois que acabou de ler..."

FALABELLA, Miguel.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

SINTOMAS DE VOCÊ


Parei.
E uma vez mais notei-me presa na saudade.
Totalmente refém, de mãos e pés atados.
Sentindo no corpo meu, o teu cheiro, tua mão.
Abstinência de você, provocando querer!
Desejando ouvir o respirar e o coração bater no peito.
Não sai da mente! (Não quero mesmo que saia.)
És entorpecente.
E quando inalado pela boca, libera de imediato a todas células nervosas: DOPAMINA.
Ah, e é sensação de puro prazer.
És adrenalina, em dose mais elevada.
Calor, no frio tímido.
Medo, em meio ao escuro.
És a falta explícita, de uma bela paixão.
És fogo ardente, que incendeia o corpo.
És palavra doce, que enfeita o ouvido.
És emoção materializada, e meu maior querer neste universo.
És ansiedade e paz.
És paradoxo.
És fusão do verão e inverno.
União de mim no teu eu.

SOUZA, Dayane.

terça-feira, 19 de julho de 2011

PROVOCADO POR TI


Tudo que há em mim, provocado por ti.
Eu tentei esconder, tentei desviar mas é forte, não dá.
Pensei em viciar o coração, fugir dessa paixão, mas não posso.
Tudo que já vi, não se compara ao que existe em ti.
É avassalador, eu confesso. Mas traz paz, sensação de aconchego.
Sobra vontade de estar junto a ti, de olhar nos teus olhos o sorriso meu.
De te abraçar sem hora certa para largar.
Resgatastes em mim, aquele tipo de amor que só se pode experimentar uma vez na vida.
E mais do que nunca, eu te quero aqui, meu bem.
E se não for pedir além, quero até o fim.
Quero infinito, sem medidas, quero por inteiro.
Fostes esculpido a canivete, e de maneira bruta - mais linda - transformastes nesse ser.
Que a beleza e o brilho, não tem valor mensurado.
Mas muito é especulado.
És aquele que completa, o outro lado da moeda.
Fizestes bater o coração, de um modo estranho - mas que eu muito gosto.
Não consigo pensar, se - desta maneira- seria capaz de outro alguém desejar.
Eu não vou te esquecer, ainda que não queira te ver.
Se fechar os olhos, na minha mente estará você.
No espaço menor que o tempo pode marcar - nos milésimos profundos dos segundos -, meu coração chama por ti.
E no instante gigante da saudade, é de ti que ele espera ouvir a voz.
E muitas das inúmeras e incomparáveis sensações, - que sequer sou capaz de traduzir - sim, foram todas cultivadas por ti, bem meu.
E a culpa é toda sua, a culpa é minha.

SOUZA, Dayane.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

FALANDO [D]E AM[OR]


Eu sonhei um futuro para nós dois. (Eu tive sonhos reais.)
Eu dizia que adorava ver o seu sorriso. (Adorava mesmo sorrir contigo.)
Eu amava o seu olhar, sobreponde-se ao meu. (Enlouquecia-me com nosso elo.)
Eu olhava o mundo pelo reflexo dos seus olhos. (Eu amava ainda mais quando brilhavam somente para mim.)
Eu dizia que pensava em você. (E sabes que isso ainda acontece.)
Eu em momentos dizia que tinha medo, não queria me envolver. (Mas era tudo mentira.)
Eu sentia o teu cheiro e me encontrava em paz. (O perfume ainda exala aroma.)
Eu experimentei a saudade. (Quando os caminhos se afastaram.)
Eu vivi solidão. (Quando pensava viver por uma inteira eternidade.)
Eu chorei à beira da cama. (E o travesseiro foi meu maior consolo.)
Eu inspirei-me à poesia, escrevi como nunca havia. (Motivo de todo o verso, você.)
Eu ouvia a sua voz. (Meu semblante mudava.)
Eu te doava abraço. (Se o mundo acabasse, não escutaria grito.)
Eu prometi ficar junto a ti. (Mas a promessa falhou.)
Eu esperava abusar do consolo teu. (Mas consolei-me com a angústia.)
Eu acreditava no teu sim. (E pensava que duraria para sempre.)
Eu iludia-me demais. (Nada assim me entristecia.)
Eu aproveitei incertezas. (Nos instantes mais inesquecíveis da minha vida.)
Eu te provei com gosto. (E o maior desgosto, foi ver o castelo desmoronar.)
Eu necessitava do teu abraço, do teu aperto. (E acredites, eu muito ainda preciso.)
Eu desprezei novas emoções, bloqueou-me o coração. (Ele prendeu-se ao ontem.)
Eu hoje, acordei no sufoco, parecendo prisioneira, com dor no lado esquerdo, com as emoções confusas novamente.
E como de costume, vim ao meu refúgio, falei mais esta vez [d]e você meu am[or].

SOUZA, DAYANE.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

MAS QUEM É ESTE QUE ATÉ O VENTO E O MAR LHE OBEDECEM?


Imaginemos a situação de estarmos velejando em alto mar. Em meio às salgadas águas, “ventos que cantarolam” e frio que congela.

IMAGINEMOS!

Os desesperos daqueles que à proa do barquinho estavam ao observarem ao seu redor a imagem escura da noite, mesclando-se com nevoadas que a todo instante, preparavam-se para devorá-los.

Nesses momentos mais temerosos de suas vidas, talvez os discípulos pensassem: “JESUS! ONDE ESTÁS TU MESSIAS?”

E retiravam as pressas - sem esperar resposta - “baldes de águas e lágrimas”. Que inundavam seu aposento e aguardavam junto à adrenalina, a morte.

Mas todos pareciam ter esquecido de UM, que a todo tempo e hora os acompanhara, e somente aguardava solicitação, para começar a agir, JESUS.

E, talvez numa súbita maneira de não morrerem, começaram a agir com suas “forças” tentando então, amenizar o transtorno que cada vez mais crescia, e já conseguia molhar seus pés.

Até notarem-se impossibilitados totalmente, gritarando: “MESTRE, não te importa que pereçamos?”

E despertando o Habi de um sono de paz, disse aos ventos e mares: “CALA-TE, AQUIETA-TE.” E de um modo repentino e instantâneo houve paz nas águas e tranquilidade nos céus. E continuou a falar dizendo: “Por que sois tão tímidos? Ainda não tendes fé?” E puderam sentir de modo terrível que aquele que com eles falava era O Messias, enviado de Deus Pai.

A partir dessas cousas narradas, podemos ter o discernimento de que o único capaz de nos tirar do sufoco, mesmo que estejamos prestes a morrer é Jesus de Nazaré. Ainda que já tenhamos a visão embaçada pelas águas e estejamos sufocando e quase submergindo, Ele é fiel! É poderoso e garante-nos a todo instante salvação, mesmo que as possibilidades sejam muitas e adversas.

SOUZA, Dayane.

CARTA AO BOM PASTOR


Eu poderia suportar viver nesta imensidão de dor, mas não conseguiria experimentar ficar sem Teu imenso AMOR.

Precioso, instantâneo, firme e indescritível é quando Tu levantas do Teu trono para declarar-nos vitória.

Quando não envias anjo - nem querubim, serafim -, mas atende-nos com este Teu amor. Admirável, guarda de Israel - sendo tão lindo e grande sempre está ALI, disposto somente a nos ouvir.

Sensações distintas, que refletem em nós a Tua glória, reafirmam QUEM TU ÉS e que NOME é este o Teu, sobre qualquer outro nome na terra de Sião.

Aleluias ao excelso e INENARRÁVEL bom pastor, aquele que levou sobre Si toda a minha dor.

Mereces a minha integral doação. Não poderá nunca mais existir vazio, dar-me-ei por completo ao Consumador da minha fé, ao Pai de amor.

Alumia a minha vida, é TUDO e admira o humilde. Quer de nós o nosso coração partido, para transformá-lo em cristalino como Seu puro e limpo rio.

Dá-nos a cada amanhecer a oportunidade de um modo diferente conhecê-lo. És o melhor que se pode sentir. Prepara os nossos corações, faz-nos despertar a vontade de Louvá-lo, tira-nos do mundo usurpador.

E hoje, de um modo tão sublime eu posso senti-lo. Debulhando-me em lágrimas, agora, Paizinho eu consigo entender que sempre quiseste o melhor para mim.

Pelas minhas incontáveis e perpétuas falhas, por seres a vergonha deste mundo, não mereceres o Teu olhar de fogo, pelos caminhos, direções, e trilhas que sem o Teu consentimento andei, por ser como sou: pobre, miserável, opróbrio entre as nações, e fumaça diante da Tua grandeza; eu te peço perdão, Senhor! Porque não és digno de receber todos os males e vergonhas, que como oferta por tudo aquilo que fizeste e faz por mim te dei.

“Quero beber do Teu rio, Senhor! Sacia a minha sede, lava o meu interior. Eu quero fluir em Tuas águas, eu quero beber da Tua fonte, fonte de águas vivas. TU ÉS A FONTE, SENHOR! TU ÉS O RIO, SENHOR!”

Fonte esta que eu hesitarei em não deixar de beber, quero saciar-me do Teu espírito. E, diante desta minha trajetória, como serva-falha, eu decidi que havia necessidade de mudar. Para seguir-te não mais de longe, como aqueles que andavam perto de Ti, viam os milagres, as profecias se cumprindo, apenas. Não quero olhar-te da multidão, mas quero que vivas dentro de meu coração. Como meu melhor amigo e que assumas sempre a Tribuna do meu coração, Paizinho. Obrigada por me formar, deste modo tão terrível e lindo que só Tu sabes fazer. “Nunca mais Te deixarei, não importa o que acontecer. EU TE AMO MEU, SENHOR.” E as mais lindas palavras e canções, não o definem, meu Deus, eu disse: “Não conseguem traduzir quem realmente ÉS na essência.”

SOUZA, Dayane.

segunda-feira, 21 de março de 2011

ELA VOLTOU

Me trouxe brilho nos olhos novamente.
Esperança de ser realmente quem eu sou: sem capas, máscaras, sombras.
Já vejo a alegria singela que estava perdida retornar a mim.
Paro em frente ao espelho, fazendo análise do rosto, do corpo, observando ainda trejeitos de menina, mas muitos pensamentos de mulher agora.
Olho-me diferente, tudo me fez mudar!
Eu ouço as mesmas canções, sinto as mesmas emoções, ouço as mesmas declarações, revivo os mesmos momentos, mas nada agora é igual, se podem entender comigo este paradoxo.
Vi uma luz no profundo da minh'alma e meu reflexo diferente desta vez.
Mas não quero ressaltar o penteado do cabelo, ou a produção bem feita.
Eu digo mesmo é de meu sorriso, olhar que já conseguem mais uma vez iluminar como a lua das noites e o sol das manhãs.
E, no meio dessas ebulições todas que vivi, ficou em mim o melhor e o impuro deixei no "mar do esquecimento".
Não! Não quero e não vou permitir voltar o que me prende, limita, me faz cega.
Me fiz amiga da razão, deixando um pouco as vontades do iludido coração.
Voltei a pensar na vida, pensar em mim, nos meus.
E com o que experimentei, com o tempo que perdi, com os muitos erros que cometi: EU APRENDI.
E decidi abrir caminhos, esticar o tapete vermelho para sua triunfal volta!
No soar dos tambores, eu de fato, muito orgulhosa anuncio então, a entrada da real FELICIDADE, seja bem-vinda a minha vida!

SOUZA, Dayane.