
Sinto o gelado aqui fora.
Abre a porta, deixe-me entrar e ficar.
As cores do mundo aqui estão cinza, até quando?
O mundo gira e para comigo sempre na dor, pavor!
É difícil entender, não dá para assim viver.
Angústia ao deitar, medo ao sonhar.
Um querer experimentar bloqueado, que causa um peito corroído.
Isolei-me do mundo e das demais emoções.
Não foi pedido feito, foi atitude tomada.
Mas agora penso estendê-la até a ti também.
Tenho medo da dor e da saudade.
De fazer a escolha errada e tornar a vida infeliz para o sempre.
Mais uma noite escura, onde a voz se embarga um pouco e a palavra sobe à garganta.
O temor ao pensar, dor ao lembrar.
Preciso de apoio, uma mão.
É tudo tão frio aqui. Podes sentir?
É tanta precaução, esquivo às vezes.
Tenho medo de exilar-me do mundo e não achar mais possibilidades para existir e fazer morada sem a felicidade!
Eu ainda não posso dizer nada além do que foi dito, mas muito já revelei.
Faz falta aqui, deixa a noite assim... escura.
Nesse silêncio, a melodia cresce e procura em mim lugar.
As notas soam bonito e conseguem arrepiar este meu ser.
Eu não imaginava que poderia novamente sentir o que arde aqui.
E não entendo porque queima o coração!
A chama quer invadir o resto do corpo, mas não consegue.
Faz uma enorme falta, e faz-me olhar para este céu agora e sonhar também.
Quem sabe no amanhã?
Sinto uma inquietação, que sacoleja as emoções.
Um frescor fora de época e limitado ao meu eu.
E quando não estás aqui, faz frio sim, torna-se inverno em mim.
SOUZA, Dayane.
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